FAQ - Perguntas Frequentes

Perguntas mais frequentes

01) O que é o Espiritismo?
Espiritismo é o nome criado por Allan Kardec para conceituar um sistema avançado de ideias, conceitos e axiomas que estabelecem as relações entre o plano físico e o plano espiritual, ou ainda, as relações entre a espiritualidade e os homens. Por conceito é uma ciência e uma filosofia. Por consequência é capaz de produzir novas posturas morais ao indivíduo que plenamente o compreende. O Espiritismo, ou Doutrina Espírita, está contido na codificação espírita, que consiste nos primeiros livros compilados por Kardec por meio de atividade mediúnica: Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns e Evangelho Segundo o Espiritismo. Todas as obras são fruto da aplicação de metodologia científica, o Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos (CUEE), pela qual somente serão consideradas válidas as respostas obtidas por meio mediúnico que sejam originadas por diversas fontes desconhecidas entre si, que tenham idêntico conteúdo e que sejam obtidas de forma simultânea. Desta forma, só poderão ser consideradas como espíritas as obras que tenham concordância com a codificação ou que tenham sido produzidas pela aplicação do CUEE. Da mesma forma, só se pode considerar Espiritismo tudo o que for derivado e coerente com a codificação espírita em sua integralidade, ou que sendo novas informações estejam alinhados ao pensamento científico, cuja razão não possa contestar.
Para saber mais:  KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo.
02) O que é “kardecismo”?
O significado do uso da expressão “Kardecismo” é histórico. No início do século XX surgiu a Umbanda, a partir de uma dissidência assumida do Movimento Espírita. Os umbandistas separaram-se do Espiritismo, tornando-se uma religião com conceitos e valores diferentes da Doutrina Espírita. A grande maioria da população, entretanto, ligou o nome Espiritismo à Umbanda e vice-versa, o que ainda hoje se verifica em alguns locais menos esclarecidos. Da mesma forma, não era interesse de alguns grupos umbandistas assumirem-se, preferindo se dizerem “espíritas”, pois a prática era considerada criminosa até a década de 1940. Este costume equivocado foi, inclusive, protegido pela FEB. O Espiritismo também era considerado crime, mas o “status” social de seus seguidores permitia alguma tolerância política e policial.  A partir desta constatação cultural, principalmente na década de 1950, alguns grupos do movimento espírita passaram a denominar-se “kardecistas”, visando diferenciar o tratamento perante a opinião pública, desistindo do esclarecimento sobre os conceitos e rendendo-se a uma conveniência midiática. Mas, a verdade é que somente existe um Espiritismo – aquele codificado por Kardec. E a nomenclatura “Espiritismo” foi criada especificamente por Kardec para designar a Doutrina Espírita, conforme se lê na introdução de O Livro dos Espíritos. “Kardecismo” significaria “seguidor de Kardec”. Contudo, os espíritas não seguem Kardec, posto que o Espiritismo não idolatra pessoas. Os espíritas seguem o sistema de ideias de autoria dos espíritos e sobre o qual Kardec atuou como trabalhador na compilação das informações. A Doutrina é dos Espíritos. Por coerência com a verdade o uso na atualidade  da expressão “kardecismo” por parte de espíritas, guarda significativo sinal de afastamento das raízes elementares da codificação.
Para saber mais: KARDEC, Allan. Introdução ao estudo da Doutrina espírita, item I: Espiritismo e espiritualismo in: O livro dos Espíritos.
03) Para que serve o Espiritismo?
O Espiritismo, como ciência e filosofia, tem como finalidade transformar os homens. O Espiritismo traz o conceito de que o objetivo do espírito é evoluir até a perfeição, por meio de seu progresso intelectual e moral. Ele [o Espiritismo] fornece, então, os elementos para favorecer e acelerar essa evolução através de conhecimentos e informações novas, formatadas em um sistema de racionalidade facilmente compreensíveis por quem se dedica aos estudos da codificação e se aprofunda nas pesquisas científicas e produção filosófica. Em suma, o Espiritismo explica a vida, o sofrimento, as alegrias, as tristezas e traz o consolo na exposição de que toda a realidade do indivíduo absolutamente depende dele [do indivíduo] e de suas escolhas, seja lá que aflição estiver passando, sem reputar a solução dos problemas a entes místicos ou religiosos. A responsabilidade pelo próprio progresso é do indivíduo. O Espiritismo vem ajudá-lo a assumir as escolhas mais adequadas para enfrentar os seus dilemas.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos.  Cap. XII: Perfeição moral e Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. XVII: Sede perfeitos.
04) O que é a morte para o Espiritismo?
De acordo com a Doutrina Espírita, a morte é um fenômeno natural e inevitável por que passam e passarão todos os espíritos envolvidos por um corpo físico, sendo essa morte a corrupção do corpo físico. Considera o Espiritismo que a natureza do espírito reside no plano espiritual, sendo o plano material um estágio intermediário criado para o progresso intelecto/moral de todos os espíritos imperfeitos– como todos nós. Por isso mesmo esse estágio é temporário. Cumpridas as necessidades de uma encarnação, o espírito é chamado de volta ao seu plano de origem. A morte, então, é o retorno de cada espírito à sua pátria, para prosseguir em seu progresso. Caso seja necessário que ele retorne ao plano material para consolidar seus avanços, a doutrina Espírita dá a isso o nome de reencarnação. Nesse caso, o espírito renasce em novo corpo para iniciar uma nova jornada.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Cap. IV, item II.
05) Como é visto o aborto para a Doutrina Espírita?
O aborto é o ato de prejudicar diversas pessoas ao mesmo tempo. Prejudica o espírito que está se preparando para retornar a este plano por extrema necessidade de reparar erros e evoluir, como também prejudica a abortante, pois amplia seus próprios erros e retarda sua evolução. É uma tragédia de dois atores principais, mas igualmente concorre no erro quem estimula, promove ou se omite. Não existe, perante o Espiritismo, dolo maior do que o de evitar que uma pessoa tenha a oportunidade de resgatar suas faltas ou agir como missionário, promovendo o bem para diversas outras ou para multidões. Todas as vezes que um espírito tem essa oportunidade negada ele sofrerá profundamente, pois na maior parte das vezes a reparação de erros é dentro da própria família. Uma mãe que aborta poderá estar matando, por exemplo, alguém que lhe foi muito caro em época anterior ou mesmo alguém que volta para compensar suas faltas com a mãe ou pai, ou vice-versa. É uma oportunidade secular jogada fora. De toda forma, o aborto é aceito pelo Espiritismo nos casos em que a mãe corre risco real de vida. É o único caso possível.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Cap. VI, item II.
06) Quais são os princípios básicos da Doutrina Espírita?
1) A existência de Deus:
“ Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”;

2) A existência, individualidade e sobrevivência do Espírito;

3) A pluralidade dos mundos;

4) A necessidade de reencarnação;

5) A mediunidade, através da qual os espíritos se comunicam com o mundo material;

6) As leis naturais, causa e efeito, livre-arbítrio e a evolução dos Espíritos através da reencarnação, bem como as leis morais, todas expostas em “O livro dos Espíritos”.

Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos.

07) O Espiritismo não está proibido na Bíblia?
O Espiritismo não poderia estar proibido na Bíblia, pois não havia Doutrina Espírita na época em que aquele livro supostamente fora compilado. O Espiritismo é um sistema de ideias e não é uma crença em contraposição às demais religiões. A Bíblia, cuja importância doutrinária é em quase sua totalidade oposta  ao Espiritismo, traz diversas traduções conflitantes entre si, e nos originais gregos não existe sequer a palavra “Espiritismo”, como falsamente é trazido por algumas igrejas neo-pentecostais. Nos originais gregos fala-se em proibição na consulta a necromantes e feiticeiros, como forma de se obterem informações para fins superficiais ou escusos. Isso não ocorre no Espiritismo – que também condena esse tipo de prática. No entanto, diversos personagens bíblicos “falaram com os mortos”, entre os quais o próprio Jesus. A Bíblia, de toda forma, não possui nenhuma autoridade sobre o Espiritismo ou sobre os homens. A maior autoridade é Deus, seguida do livre arbítrio de cada indivíduo.
08) Eu posso ser cristão, evangélico ou muçulmano e ser Espírita?
A leitura que se faz da codificação em um primeiro momento é que sim: justamente pelo fato do Espiritismo não ser uma religião, qualquer religioso pode vir a se tornar espírita. Porém, no entendimento do todo doutrinário percebemos não ser possível a um indivíduo sadio a manutenção de dois sistemas divergentes e opostos em sua mente. É possível, de acordo com nosso entendimento, que qualquer pessoa possa ter como origem qualquer ideia religiosa, mas não é possível ser coerente com ambas ao mesmo tempo. Essa falsa crença tem sido responsável por alguns graves desvios no movimento espírita, criando um sincretismo indesejado e danoso à integridade das ideias espíritas. O principal dano é de considerar o próprio Espiritismo como sendo uma religião, que faz com quem assim acredita deixar de lado suas [do Espiritismo] acepções científicas e filosóficas.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O que é o Espiritismo.
09) O que Jesus representa no Espiritismo?
Segundo o Espiritismo, Jesus é o modelo de comportamento intelecto/moral possível de ser seguido por um encarnado neste planeta. Não é um deus, não é um espírito perfeito. É o “melhor modelo” que podemos imaginar para a atual condição evolutiva dos espíritos que encarnam na Terra. Ainda que seja controversa sua existência real, o que importa para o Espiritismo é o modelo de conduta. Daí porque o Evangelho Segundo o Espiritismo é um livro que se ocupa das lições filosóficas atribuídas a Jesus e não se ocupa da sua vida.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O que é o Espiritismo. Livro terceiro, cap. I.
10) Há rituais no Espiritismo?
Não. Absolutamente, não há. E o conceito de “ritual” deve ser entendido aqui como a repetição mecânica de atitudes e gestos em prol de um objetivo ou encenação místico-religiosa. O Espiritismo não é uma religião – logo não tem rituais. Disso resulta que não há velas, incensos, hinário, imagens, esculturas, talismãs ou idolatria a quem quer que seja. A adoração a Deus prevista no Espiritismo é de natureza íntima e pessoal. Qualquer atitude externa de forma não condiz com o que a Doutrina Espírita prega e defende.
11) Há uma maneira certa de orar segundo o Espiritismo?
A única maneira correta de se orar no Espiritismo é com sinceridade e profundidade, preferencialmente de forma recolhida e íntima. Pode-se orar em grupo, desde que atenda a estes princípios.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 27, item I: modo de orar.
12) Anjos guardiães existem segundo o Espiritismo?
Anjos, na acepção clássica da palavra, não existem. Não existem seres criados excepcionalmente que nunca tenham passado pela fieira do mal. A codificação espírita, entretanto, utiliza metaforicamente a expressão para ilustrar o conceito da existência de espíritos amigos que se ocupam de nosso bem estar, principalmente nos aconselhando. São espíritos familiares, de mediana evolução, mais próximos a nós. Mas, embora sejam dotados de boa vontade não são infalíveis, restando aos encarnados não seguir cegamente nenhum conselho ou indicação de um espírito sem profunda análise doutrinária anterior.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Livro Segundo, cap. 9, item VI.
13) Perdi uma pessoa que amo. Como o Espiritismo pode me ajudar?
O Espiritismo estará lhe auxiliando apenas se você procurar conhecer seus princípios e compreender a lógica nele contida. Um destes princípios é de que o espírito é eterno e que a vida na Terra é um simples estágio no caminho da evolução. No plano espiritual todos os espíritos desencarnados prosseguem em suas vidas reais – pois a realidade é lá e não aqui. O espírito quando desencarna leva daqui sua evolução intelectual, moral, seus afetos e desafetos. Portanto, ele vai continuar gostando ou não  de você, mas tem outra rotina e outra perspectiva sobre todas as coisas. Nenhum espírito desencarnado que deixou aqui pessoas queridas irá se sentir confortável com a persistência de um estado de tristeza. O luto é compreensível, mas ele [o luto] não pode impedir o progresso de quem se foi e de quem ficou. Igualmente devem-se afastar as lendas em torno dessa questão. Recomenda-se a leitura da codificação espírita para todos aqueles que perderam alguém querido. É a maneira mais sólida de entender o que se passou.
14) Gostaria de me comunicar com uma pessoa querida que morreu, é possível? Como?
Neste caso, seria muito interessante ler o texto que se encontra no link abaixo:
http://www.nefca.org.br/artigo/como-receber-noticias-de-quem-ja-se-foi
15) O que a Doutrina Espírita diz sobre a homossexualidade?
A Doutrina Espírita nada nos informa sobre a homossexualidade, contudo a leitura que se faz disso é muito simples. Ao tempo da codificação a homossexualidade era bem conhecida. Portanto, não há como dizer que o Espiritismo não abordou a questão por ela não existir, pois sempre existiu. Ocorre que a questão não é importante, doutrinária e especificamente. E não é importante porque há coisas mais prioritárias para o espírito se ocupar do que julgar o procedimento afetivo do próximo. O NEFCA utiliza aqui a analogia do Direito – em casos omissos prevalece a lei geral. A lei geral é a seguinte: “Ama a teu próximo como a ti mesmo”. Sendo assim, do homossexual se espera que ele atue na conformidade com o enunciado: Em tudo o que faça que faça com amor. E do crítico da homossexualidade se aguarda igual destreza moral em se policiar e evitar o julgamento do próximo que estiver apenas se ocupando de sua própria felicidade, sem ferir ou prejudicar pessoas.
16) Qual a causa e o sentido de nossos sofrimentos na vida segundo o Espiritismo?
Se nas primeiras encarnações, enquanto espírito primitivo ele sofre as dificuldades do meio ambiente para preservar a própria vida, na medida em que as civilizações avançam, o sofrimento de maior alcance é o de natureza moral ou emocional. A função do sofrimento, então, é acelerar o progresso do espírito rumo à perfeição. Isso é notório na própria História do planeta. Foram as necessidades e o sofrimento material que impulsionaram as primeiras ciências capazes de gerar progresso e bem estar para todos. Com o advento da civilização e dos avanços intelectuais, tornaram-se mais complexas outras formas de sofrimento – as morais. Entendemos como sofrimento moral aqueles derivados dos dilemas emocionais fruto das nossas escolhas. Então, por este prisma, são nossas escolhas enquanto encarnados ou não, que tornam nosso sofrimento maior ou menor. A etapa do sofrimento é temporária – ela cessa na medida em que o espírito se depura. O importante na Doutrina Espírita sobre este tema é que ela nos ensina que realmente é isso – tudo o que nos acontece é consequência de escolhas boas ou ruins, mesmo fatores que parecem não depender de nossa vontade, como doenças e miséria. O homem escolhendo melhor, seus sofrimentos cessam, pois ele terá progredido. Se a função do sofrimento é fazer o homem escolher melhor para não sofrer, eis, então, sua real explicação.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O evangelho segundo o espiritismo. Cap.5.
17) O Espiritismo é uma religião?
Não, o Espiritismo não é uma religião. Por diversos fatores ele não se enquadra como uma instituição religiosa. O Espiritismo tem ciência e filosofia e por erros grosseiros de tradução foi acrescentado no fim dessa acepção um suposto “terceiro aspecto”: “consequências religiosas”. Contudo, nos originais em francês o conceito de Espiritismo é: Ciência e Filosofia com consequências morais. Não é correto dizer-se que da moral se segue uma religião gerada. O Espiritismo não possui característica de nenhum tipo de religião. Se ela [a Moral] estabelece uma conexão com Deus não é por nada além de considerar Deus como “Causa Primeira de todas as coisas”. Se Deus é a causa primeira de todas as coisas, então todas as coisas são consequência de Deus. Isso torna desnecessário transformar o Espiritismo em uma religião, pois a relação dos homens com Deus é natural, existente e soberana, independente dos pensamentos e ideologias particulares de cada indivíduo. O que o Espiritismo nos orienta é mantermos uma boa relação com a divindade. E isso se faz por meio de atitudes recatadas, recolhidas, íntimas e intransferíveis – a adoração a Deus se fazendo por meio de nossas convicções pessoais, evitando externá-las se não for para fim útil. A relação do espírita com Deus se faz de duas formas – pelas atitudes morais, cumprindo as leis Divinas; e pela prece, que no conceito espírita é uma evocação e não um ato místico de adoração externa. Seria o que a codificação fala como sendo um “sentimento religioso”, de respeito, de adoração. Mas, jamais uma estrutura institucional. Espiritismo é uma forma de viver e não uma forma de louvar um deus.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O que é  o Espiritismo.
18) O que é mediunidade?
Mediunidade é a capacidade orgânica que todas as pessoas possuem de estabelecer comunicação com o plano espiritual. Por meio da mediunidade, o indivíduo capta uma informação ou exerce alguma outra habilidade que se origina do plano espiritual e a transmite de alguma forma para os encarnados. A mediunidade varia de modalidade de indivíduo para indivíduo, tanto quanto varia em intensidade. Há diversos tipos de mediunidade – a maioria não óbvia para o público leigo. As formas mais conhecidas são a psicofônica, a psicográfica e a vidência. Mas, existe a intuitiva, a sonambúlica, a premonitória, a audiência, a psicopictográfica, de efeitos físicos, etc. Há uma vasta lista e em cada item há uma diversidade de subtipos. A leitura atenta do Livro dos Médiuns nos fornece todos os conceitos e análises sobre cada situação mediúnica.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns.
19) Como posso saber se sou médium?
Em princípio, todos os encarnados são médiuns, posto que todos podem sentir a influência dos espíritos desencarnados, em maior ou menor grau. Entretanto, nem todos podem ser médiuns no sentido estrito do termo, ou seja, aqueles que podem servir de intermediários entre encarnados e desencarnados, dando comunicações. (leia-se o item 159 do Livro dos Médiuns).
É importante  buscar conhecer o grau  e o tipo de mediunidade. Para isso existem duas formas de constatação – pela notoriedade das evidências naturais neste sentido, sobre o que se costuma denominar “mediunidade ostensiva” (pessoas que clara e espontaneamente demonstram algum tipo de mediunidade), ou por um exame em processo de educação mediúnica, assistido por outros médiuns.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns.
20) Todos os problemas tem origem espiritual?
Todos os problemas têm como origem as escolhas do espírito, antes e depois que reencarna. O espírito escolhe o tipo de vida que quer ou precisa levar para evoluir mais rapidamente, e quando reencarna escolhe como conduzir sua própria existência dentro das opções que adotou antes de voltar. Assim sendo, torna-se absolutamente sem sentido atribuir a origem dos nossos problemas a supostos espíritos adversários. Espíritos não nos causam problemas – nós somos quem lhes damos oportunidade para nos assediar de acordo com nosso padrão de evolução moral. Crer que nossos problemas têm como origem o plano espiritual é tão absurdo quanto imaginar que vamos solucionar todos [os problemas] apelando para os espíritos. Os bons espíritos apenas nos aconselham – eles não encontram soluções mágicas para situações criadas por nós mesmos.
21) Por que temos que reencarnar?
A necessidade de reencarnação atende ao princípio do progresso do espírito. Um espírito imperfeito somente tem condições de evoluir se superar diversas provas e obstáculos. Estas provas estão relacionadas com a capacidade do espírito de crescer intelectualmente e aprender moralmente apesar de todas as dificuldades que a vida material naturalmente impõe a todos, indistintamente. Como não é possível suplantar todas essas vicissitudes e evoluir ao nível da perfeição em apenas uma encarnação, elas se sucedem até o ponto onde deixam de ser necessárias. Isso depende do ritmo evolutivo de cada pessoa e nada se pode prever quanto a isso.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Livro segundo, cap. 2.
22) Como o espiritismo pode me ajudar a progredir espiritualmente? Em que áreas devem progredir e como?
O Espiritismo auxilia na aceleração do crescimento espiritual trazendo para os encarnados as informações e a lógica contida na relação de causa e efeito sobre todos os fatos da vida – seja material ou espiritual. Somente pelo esclarecimento o indivíduo possui a liberdade plena de fazer as melhores escolhas para si e para lidar com o próximo. O espírito, portanto, deve crescer intelectual e moralmente, nesta ordem.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos.
23) Existe vida em outros planetas?
A vida em outros planetas já era prevista pelo Espiritismo em 1857. Hoje, a ciência já lida com este fato como uma realidade estatística. Com a possibilidade projetada pelos astrônomos de pelo menos 18 milhões de planetas, somente em nossa galáxia, possuírem os mesmos caracteres que a Terra o surgimento da vida e a evolução em vida inteligente são questão de matemática e de bom senso. Há vida em outros planetas e toda a vida inteligente é animada por espíritos como nós, embora a forma física possa ser diferente.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O evangelho segundo o Espiritismo. Cap. 3.
24) Dizem que o Espiritismo é uma ciência, então por que a ciência não reconhece o Espiritismo?
Não existe um “órgão da ciência” capaz de reconhecer alguma coisa. Existem posições individuais de cientistas ou de instituições. As ciências são diversas e distintas. Algumas tão polêmicas quanto o Espiritismo quando se fala em algum tipo de “classificação”. O Espiritismo possui todos os quesitos exigidos de todas as demais ciências, mas cabe lembrar que é uma ciência humana. Quando o leigo aborda a questão científica do Espiritismo imagina somente se referir a aspectos fenomenológicos. O Espiritismo é uma ciência do comportamento e não uma ciência de falar com espíritos. Contudo, o Espiritismo entende que fomentar a pesquisa experimental de forma a comprovar a existência do plano espiritual e dos espíritos impulsionaria o progresso geral da civilização pela capacidade de quebrar preconceitos e trazer o conhecimento. Assim sendo, realizar estudos e pesquisas científicas, utilizando o método acadêmico onde couber, é primordial para todos os verdadeiros espíritas.
25) Existe cura mediúnica?
Sim, a cura mediúnica é prevista pela codificação espírita, passível de ser realizada exclusivamente por médiuns de cura e cujo resultado está correlacionado ao merecimento moral do paciente. Devem tomar-se cuidados com todo tipo de sensacionalismo e engodo acerca deste assunto. Os médiuns de cura são raros, e de fato seus feitos podem e devem ser comprovados à luz da Medicina. E acrescenta-se: – em hipótese nenhuma alguém deve abdicar da ciência e dos tratamentos medicinais. O tratamento por médium de cura, desde que ele seja comprovadamente autêntico, deve ser a última instância a que deve acorrer um paciente, por conta da imprevisibilidade dos resultados.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns.
26) O que é o passe? Ele existe?
A codificação espírita não estabeleceu o passe – nome pelo qual é conhecida a prática amplamente exercida no meio espírita religioso. O que a codificação espírita nos traz é o conceito do magnetismo. Kardec se baseou em Franz Anton Mesmer e seus estudos sobre o magnetismo animal (orgânico) e os levou para a codificação. Allan Kardec chega ao ponto de afirmar que o magnetismo e o Espiritismo sejam ciências irmãs, ou afins. Porém, o magnetismo e sua prática, a magnetização, possuem conceitos próprios. Um deles é que somente pode magnetizar aquele que é um magnetizador. E magnetizador é só e exclusivamente quem tem a capacidade de magnetizar. Isso exclui o empirismo praticado nos centros espíritas do Brasil, mesmo porque, segundo o Livro dos Médiuns, o magnetizador também é um médium – um médium bastante específico. Não vemos nenhum tipo de método de aferição sobre mediunidade de magnetização antes de se lançarem pessoas aleatoriamente para praticar tal coisa. Pensa-se, então,  que o “passe” no conceito aplicado pelo MEB, é um conjunto de práticas mistificadoras e sem controle, realizadas por pessoas não qualificadas nem natural, nem tecnicamente para este fim. A magnetização, por outro lado, não tem sido estudada como deveria, nem aplicada de forma a ser útil às práticas espíritas. O NEFCA, portanto, utiliza a expressão “magnetização” para conceituar a doação de fluidos animalizados e reordenamento molecular, na estrita conformidade com os ensinamentos de Kardec, baseados em Mesmer.
27) O Espírito evolui depois de desencarnado?
Nesta questão é necessário ter um entendimento entre evolução e progresso, que não são sinônimos. Para que o Espírito evolua é necessário que esteja vinculado a um corpo material. Entretanto, o espírito continua com seu progresso individual mesmo nos intervalos de encarnações – e não sendo por meio das provações típicas da vida material, utiliza-se de suas reflexões, arrependimentos e motivações sobre o que foi realizado na encarnação anterior. Já espíritos bons e puros, ou seja, aqueles que já não precisam mais reencarnar, o progresso e a evolução prosseguem pela utilização de suas capacidades intelecto/morais na prática da disseminação do bem em todo o universo – até alcançarem a perfeição.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livros dos Espíritos.
28) Vou reencontrar as pessoas que amo que já se foram quando desencarnar?
Se houver mérito, se houver necessidade para o seu crescimento pessoal ou daqueles espíritos e ainda, se houver oportunidade isso pode ocorrer. Porém, há uma tendência no meio espírita a se disseminar essa crença do “reencontro no mundo espiritual”, esquecendo-se de que durante o sono todos os tipos de encontros e reencontros espirituais são possíveis, já que o espírito se desprende do corpo físico e possui relativa liberdade para trafegar pelo plano espiritual. Não é necessário, portanto, nem fatal, que os possíveis reencontros precisem esperar o seu desencarne para que ocorram. Podem já estar ocorrendo todas as noites. Apenas a pessoa  não se recorda disso, pois o esquecimento é necessário para que  a vida seja conduzida naturalmente, sem se fixar em acontecimentos que ocorrem fora de sua capacidade de controle no mundo dos espíritos.
29) Por que eu não me lembro das minhas vidas anteriores?
Para que o espírito consiga conduzir sua existência atual na estrita programação adequada para o seu progresso. A lembrança de vidas anteriores atuaria na atual existência como fator dominante das relações pessoais. Por exemplo: em uma vida pregressa alguém foi assassino de outro. Na atual vida se o assassinado for mulher, o espírito assassino poderá ser o filho que a mulher aguarda. Como um dos objetivos dos espíritos encarnados é se reconciliar com seus adversários pelo amor, a recordação amarga e ainda viva na mente do espírito assassinado poderá prejudicar até mesmo  o desejo de permitir que tal criança nasça. Este é apenas um exemplo ilustrativo de uma situação extrema, porém, a sensação de estar “começando do zero” faz com que o espírito seja mais suscetível de assumir novas experiências e estabelecer novas relações com o próximo – o que acrescentará na velocidade de seu progresso e sua evolução.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O evangelho segundo o Espiritismo. Cap. 5.
30) Quem foi Allan Kardec?
Allan Kardec foi o pseudônimo utilizado pelo professor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), o codificador da Doutrina Espírita. Ou seja, foi a pessoa que se encarregou de investigar, inquirir, pesquisar e tabular os resultados de suas pesquisas em torno de fenômenos espirituais. Os resultados de suas pesquisas estão em diversas obras fundamentais para a estruturação da Doutrina Espírita: Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, Evangelho Segundo o Espiritismo e as obras subsidiárias Céu e Inferno, A Gênese, Revistas Espíritas e O Que é o Espiritismo. Necessário dizer que Kardec era um cético quando se defrontou com os fenômenos supostamente espirituais e que justamente por meio da aplicação de rigorosa metodologia é que concluiu pela existência das relações entre um plano espiritual e o material.
31) Como se faz um livro ditado por um espírito?
Uma obra ditada por um espírito se produz por meio de mediunidade de psicografia, que pode consistir em duas modalidades: aquela em que o espírito assume o controle diretamente sobre os membros do médium para produzir os escritos; e aquela em que o médium tem a intuição ou lhe é ditado diretamente por pensamento para que ele próprio redija o texto. De acordo com as orientações da codificação espírita a produção mediúnica adequada se faz coletivamente, ou seja, não seria recomendado a um médium sozinho tentar produzir o fenômeno e sim sob o controle e assistência de uma equipe mediúnica. Isso garante a segurança do médium e acrescenta em confiabilidade nos resultados. Esta confiabilidade se baseia no exame profundo e crítico que os assistentes fazem dos textos, sob estrito uso da razão e da lógica doutrinária e científica. Infelizmente essa recomendação doutrinária não tem sido seguida e o mercado comercial tem sido inundado com obras cujos autores alegam serem psicografadas, mas sem nenhum tipo de corroboração ou exame. A nenhum suposto autor espírita está reputada total credibilidade em seus escritos se ele não seguir as recomendações
doutrinárias.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns.
32) O que pode ser considerado como literatura espírita?
Somente pode ser considerada literatura espírita a codificação e suas obras subsidiárias, as obras subsequentes de diversos autores que analisam seus preceitos e as obras que tenham trazido novas informações utilizando a metodologia do Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos. Enunciados novos, inclusive, somente terão validade se houverem sido submetidos ao critério do Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos – fato que rigorosamente nenhum autor espírita brasileiro, sem exceção, praticou. Isso compromete gravemente a credibilidade das obras ditas espíritas no mercado editorial. Se há concordância com a codificação, não é necessário aplicar-se o CUEE. Ocorre, contudo, que diversas “novidades” têm sido publicadas no Brasil desde a década de 1940 sem nenhuma concordância com a codificação espírita e sem validação por nenhum critério científico ou doutrinário. O leitor deverá estar atento para isso. A fama de determinados autores nada significa se não há coerência doutrinária em conteúdo e método com a codificação espírita.
33) Qualquer um pode falar com alguém que já morreu?
Qualquer pessoa pode ter acesso a qualquer médium psicofônico para falar com pessoas desencarnadas, pois a comunicação mediúnica não é exclusividade do Espiritismo. A questão é que, de acordo com os métodos espíritas, tais pessoas não terão nenhuma garantia de veracidade das comunicações, nem da autenticidade dos comunicadores ou da honestidade do suposto médium. As comunicações mediúnicas que seguem as orientações do Livro dos Médiuns são as únicas capazes de trazer maior segurança, porém, o acesso a elas é restrito às intenções superiores de quem deseja a comunicação e à vontade dos espíritos superiores que desejarem fornecê-las. Comunicação mediúnica no Espiritismo não é espetáculo público para diversão de pessoas com intenções comezinhas.
34) Os filmes espíritas retratam fielmente o que é o Espiritismo?
Não existem filmes espíritas. Existem filmes comerciais que abordam episódios, em alguns casos, falsamente atribuídos como sendo “espíritas”. Da mesma forma não existem “novelas espíritas”. O simples fato de se aludirem levemente a situações constantes na codificação não torna uma obra de significação espírita. O Espiritismo é ciência e filosofia, um sistema complexo de ideias que se interrelacionam entre si, ligadas por fatores de lógica e que somente fazem sentido se plenamente compreendidos. Da mesma forma como um filme ou novela que fala em comunismo não é uma obra comunista, ou se uma obra cita episódios da História não é uma obra histórica, a simples menção ao Espiritismo ou a fenômenos supostamente espirituais não tornam aquela obra como sendo espírita. O agravante são filmes e novelas construídos a partir de obras de ficção espiritualista, como “Nosso Lar”, serem vendidos comercialmente como sendo espíritas, visando especificamente atingir para fins de lucro a espíritas mal informados e simpatizantes mal conduzidos pela mídia. A única hipótese de um filme ser espírita, de fato, é no formato de documentário sobre os fatos espirituais à luz do Espiritismo. É o que ocorre com toda ciência e filosofia sérias e  com seriedade seguidas por quem se diz adepto.
35) Existem cirurgias espirituais?
A codificação espírita prevê dois tipos de cura para doenças: pelo uso do magnetismo e pela mediunidade de cura. A mediunidade de cura se faz por meio de um médium de cura e em sendo mediunidade, dispensa o uso de qualquer instrumento ou subterfúgio para alcançar os resultados. Assim sendo, pode-se concluir que não existem cirurgias espirituais. Bastaria a ação do médium e auxílio dos espíritos bons ou puros, somados ao mérito moral do paciente para que a cura se procedesse. As cirurgias mediúnicas são poderosas falácias e mistificações que ocorrem no meio espírita. Cirurgia tem como conceito um procedimento invasivo do corpo físico. Tal coisa é desnecessária no procedimento mediúnico. O NEFCA, contudo, está empreendendo esforços para verificar a aplicação da mediunidade de efeitos físicos em relatos de supostos fenômenos de cura em específicos lugares do Brasil onde têm sido relatadas extrações de tumores. A corroboração de tais fenômenos vai depender do resultado destes estudos e de outros empreendidos por outras instituições sérias e isentas.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns.
36) Os espíritos podem ler meus pensamentos?
Sim, os espíritos podem ler pensamentos. Mas, consideremos que somente espíritos afinizados intelecto/moralmente se aproximam de nós. Portanto, só leem nossos pensamentos os espíritos a quem permitimos que façam isso por meio de nossa atitude que atrai ou repele bons ou maus espíritos.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos espíritos e o Livro dos médiuns.
37) Qual o processo da reencarnação?
Não existe na literatura realmente espírita a descrição passo a passo que envolve o processo reencarnatório. Para isso são necessárias mais pesquisas sobre o tema.
38) O que eu vou encontrar quando morrer?
A resposta está ligada ao padrão de vida intelecto/moral conduzida pelo encarnado. O espírito ainda ligado aos valores da Terra encontrará no plano espiritual um cenário criado por ele próprio, por meio do que se conhece como  ideoplastia. Que vem a ser a criação de objetos e cenários por meio do pensamento do próprio espírito. O conteúdo dessas criações se relaciona com o padrão de evolução intelecto/moral do espírito. Espíritos em sofrimento pelo arrependimento reportam situações horríveis, tanto quanto espíritos bem conduzidos na vida corporal relatam encontros felizes com seres queridos. O que você não vai encontrar são cidades com casas, avenidas, aeróbus ou vales de suicidas, de tatuados ou umbrais. Os espíritos se organizam socialmente no plano espiritual – interagem e convivem entre si. Mas, a forma dessa organização não atende aos quesitos do urbanismo da Terra, já que as necessidades dos espíritos desencarnados não são as mesmas que quando encarnados. Torna-se  sem sentido doutrinário e sem sentido lógico, portanto, narrativas fantasiosas sobre cidades espirituais pairando acima de cidades materiais. A fonte de pesquisas confiáveis sobre as relações sociais dos espíritos não é farta, mesmo porque o acesso às informações não se tem feito por meio de espíritos bons ou puros na própria literatura de ficção espiritualista. O próprio suposto espírito André Luiz, por exemplo, é descrito por si mesmo como um espírito imperfeito. E consoante a codificação espírita, espíritos imperfeitos não possuem conhecimento suficiente sobre o que ocorre no plano espiritual, ficando todas as narrativas sujeitas à interpretação da autenticidade das obras ou da real condição intelecto/moral do espírito narrador.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O céu e o inferno: A justiça divina segundo o espiritsmo.
39) Umbanda é a mesma coisa que Espiritismo?
Não. A Umbanda é uma religião, enquanto o Espiritismo não o é. A Umbanda segue preceitos próprios que não cabe ao NEFCA analisar ou fazer juízo de valor doutrinário. No entanto, podemos afirmar que esses preceitos são diametralmente opostos aos que dispõe a codificação espírita sobre diversos pontos: a idolatria a “santos”  e/ou imagens, o uso de imagens em rituais, o uso de talismãs, o uso não metodológico da mediunidade, etc.
40) Espíritos existem?
Para os espíritas, sim. Para o resto da humanidade nos resta trabalhar para comprovar este axioma por meio de pesquisa científica e do CUEE.
41) Os sonhos são premonitórios?
Há sonhos que podem ser premonitórios, ou seja, capazes de trazer informações sobre situações futuras que “podem” vir a acontecer – e plenamente alteradas antes de ocorrerem. Porém, a maior parte dos sonhos é apenas de natureza fisiológica, ou seja, alucinações neurológicas produzidas no próprio cérebro, sem nenhuma conotação espiritual. É importante anotar este detalhe para não se inverterem os fatos. Separar o que é sonho fisiológico de sonho espiritual requer pleno conhecimento da Doutrina Espírita, bom senso e humildade diante do que espera ser  da expectativa do sensacional.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Livro segundo, cap. 8.
42) Existe a Fatalidade?
A fatalidade existe somente para as coisas que o espírito escolheu para si antes de reencarnar. Nos dizeres do Livro dos Espíritos:
“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquear, um bom Espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar-lhe a vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um perigo físico, o poderá abalar e amedrontar. Nem por isso, entretanto, a vontade do Espírito encarnado deixa de se conservar livre de quaisquer peias.”
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Parte Terceira  Cap.  9.
43) Como um espírita ajuda ao próximo?
Como indivíduo normal o sujeito ajuda ao próximo amparando-o em suas dificuldades. Porém, o espírita, além disso, auxilia o próximo levando-lhe esclarecimento pleno sobre a realidade doutrinária, de modo a proporcionar a ele condições para fazer as melhores escolhas.
44) Existe espírito do mal?
Não existem espíritos voltados para o mal. O que existe é a ignorância sobre os benefícios do bem. Ser mau é ser ignorante e a ignorância é um estágio provisório para todos os espíritos, na medida em que todos evoluem na direção do bem.
45) Quando durmo saio do corpo... Isso é viagem astral ou desdobramento?
Ninguém sai do corpo quando dorme. O que ocorre é o desprendimento espiritual, absolutamente natural e que ocorre rigorosamente todas as noites. Isso não é viagem astral e nem desdobramento, pois ambos os conceitos inexistem. São conceitos que pretendem dizer que é possível enquanto acordado, direcionar para onde iria o espírito quando desprendido. Ocorre que, uma vez desprendido, o espírito recupera substancial parte de sua personalidade espiritual, abandonando as situações que não possuem seriedade suficiente para sua jornada. Assim sendo, não é possível a alguém em vigília direcionar para onde vai quando desprendido. Como este é o conceito maior da fictícia “viagem astral” e não existe, consequentemente, viagens astrais também não são possíveis.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Livro segundo, cap. 8.
46) O que é água magnetizada?
Água magnetizada vem a ser água submetida à ação de magnetizadores. Segundo a teoria, a ação magnetizadora é capaz de alterar as propriedades da água que, uma vez ingerida, atuaria com efeito análogo aos fluidos corporais com efeito curativo, próprio da magnetização. Isso, no entanto, traz mais uma lenda no meio espírita – a de que são os espíritos que “fluidificam” a água – também chamada de “água fluidificada” (uma redundância, pois a água já é um fluido). Não existe efeito magnetizador sem ação de um magnetizador e o magnetizador sempre é uma pessoa encarnada. Da mesma forma, sabemos que nem todos são magnetizadores, posto que é uma capacidade mediúnica, tanto quanto não existe no meio espírita o treinamento de magnetizadores. Assim, criou-se a falácia da “água fluidificada” capaz de curar diversos males. É um equívoco. Se as propriedades da água podem ser alteradas, e, sendo a água uma substância material, isso pode ser mensurado. Infelizmente não temos notícias de pesquisas científicas sérias no meio espírita que tenham comprovado essa teoria, tampouco sua eficácia.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns.
47) Por que algumas pessoas veem espíritos e outras não enxergam?
A pessoa que possui capacidade de ver espíritos é o vidente. Nem todas as pessoas são videntes. Contudo, há muitos episódios em que pessoas alegam ter visto espíritos. É necessário dizer, contudo, que os videntes não veem espíritos com os olhos, ou seja, não precisam direcionar seus olhos para verem alguma coisa. É uma capacidade orgânica, mas de funcionamento ainda não completamente elucidado para nós. Por isso mesmo, as narrativas onde se afirma que “fulano olhou numa direção e viu um espírito” devem ser analisadas sob o critério puramente racional do Espiritismo.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns.
48) O Espiritismo comemora alguma data? Como os feriados religiosos?
Não, não sendo o Espiritismo uma religião, não é afinizado com feriados religiosos de nenhuma espécie. Contudo, inseridos que estamos em uma sociedade fortemente religiosa, obrigamo-nos a ceder nossa tolerância para dias que são direcionados para cultos alheios.
49) Jesus era espírito superior ou espírito puro?
Segundo a própria codificação, Jesus era um espírito da segunda classe – os bons, considerado – em termos relativos pelas próprias expressões literais – “o mais perfeito” que já teria passado pela Terra. Contudo, “o mais perfeito” relativiza em comparação com os demais. A codificação espírita, portanto, coloca a figura de Jesus como um modelo de “perfeição possível” para quem está encarnado. Ora, a perfeição possível para quem está encarnado não é a perfeição absoluta própria dos espíritos puros. Portanto, sendo correto com a Doutrina Espírita, Jesus é um espírito imensamente acima dos espíritos imperfeitos, mas não perfeito. Ou ao menos não era ao tempo da codificação, uma vez que ele mesmo não pararia de evoluir.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Livro terceiro, cap. 1.
50) Quando eu morrer vou sentir fome, sede e necessidades físicas?
Não. Em absoluto você sentirá fome, sede ou necessidades físicas. O que você poderá sentir, de acordo com seu grau evolutivo, são emulações de seu condicionamento enquanto encarnado. Pensará que tem fome, pensará que tem sede. Mas, não há alimento nem água no plano espiritual. E jamais foi dito que alguém “morreu” de fome ou sede após ter desencarnado. Portanto, são apenas sensações e não necessidades. Os bons espíritos, por outro lado, não passam por essa situação.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O céu e o inferno: A justiça divina segundo o espiritsmo.
51) O que é livre arbítrio para o Espiritismo?
É o exercício de sua vontade sobre as decisões sobre sua vida, que é relativa ao grau de adiantamento do espírito. Todos os fatos de nossa vida são consequências do uso do livre arbítrio, sejam os benéficos e os prejudiciais. Exercemos o livre arbítrio nesta encarnação e antes de reencarnar, ao escolhermos as provas e expiações por que consideramos necessário passar. Da mesma forma, podemos usar o livre arbítrio para fugir dessas provas, mas daí há também consequências nefastas para o progresso do espírito.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos Espíritos. Livro terceiro, cap. 10, item V.
52) Preciso sofrer para evoluir enquanto espírito eterno?
O sofrimento é inerente às consequências das más escolhas do espírito ou à sua própria decisão de passar por certas situações de padecimento. Mas, também é inerente à própria condição da vida material. A vida na matéria exige esforços que vão desde a sobrevivência do corpo até a manutenção do bem estar dos entes próximos. Ainda que seja um sofrimento físico, pode trazer sofrimento emocional e moral na medida em que o encarnado progride na matéria e compreende pouco a pouco sua situação. Mas, esta mesma capacidade é capaz de fornecer ao espírito condições de fazer as melhores escolhas, de modo que seu sofrimento diminua e com o tempo e a desnecessidade de reencarnação, seja restrito somente ao campo moral, já no plano espiritual.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 5.
53) O que vai acontecer com o suicida depois da morte?
Não existe uma condição uniforme para o espírito suicida. São diversas as situações e motivações para esse crime e todas são levadas em conta. Dessa forma, de acordo com a codificação espírita, não seria possível existir algum lugar chamado “umbral” para onde todos os suicidas iriam indistintamente. É uma lenda perturbadora e equivocada que em nada auxilia aos entes familiares de quem partiu de forma traumática, como também não ajuda na disseminação da verdade. O espírito suicida chega ao plano espiritual certamente perturbado, mas é sempre amparado na medida exata de seus méritos e atenuantes. Não existem lugares circunscritos para penas no plano espiritual, como igualmente, não existem penas eternas.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 5.
54) A federação Espírita Brasileira é autoridade no Espiritismo?
A única autoridade no Espiritismo é o conhecimento pleno que se adquire dos estudos sobre a codificação e a coerência cientifica e filosófica com seus preceitos, incluídos aqui os avanços nas pesquisas espíritas visando ampliar o leque de informações. Absolutamente, de acordo com a codificação, não existe hierarquização no Espiritismo. Desta forma, o Espiritismo não possui chefes, nem representantes. Espiritismo é um sistema de ideias e sistemas de ideias não possuem autoridades em exercício para exercê-las, pois são patrimônios da humanidade. Portanto, a Federação Espírita Brasileira responde apenas por sua figura jurídica e jamais pelo Espiritismo. Nem ela, nem qualquer outra instituição.
55) Existe milagre para o Espiritismo?
Não existem milagres segundo o Espiritismo. O milagre seria a intervenção direta da divindade sobre os aspectos da vida dos encarnados e isso não existe. O que existem são leis naturais e relações físicas que conhecemos muito pouco ou quase nada, sempre provocadas por todos os sistemas criados pelo próprio Deus. Havendo Deus criado todas as leis naturais, todas as causas e consequências físicas, não há lógica que determine que ele próprio derrogasse suas próprias leis para driblar a harmonia destes sistemas. Mesmo quando rogamos o auxílio de Deus para uma aflição, os fatos que podem ocorrer por conta do atendimento de nossos pedidos são unicamente consequentes dessas leis. O fato de não as compreendermos não as tornam sobrenaturais. Devemos estudá-las e conhecê-las.
Para saber mais: KARDEC, Allan: A gênese: os milagres e as predições segundo o espiritismo.
56) O que é a ortodoxia Espírita?
O conceito de ortodoxia é etimológico: conformidade com as bases fundamentais de uma ciência ou filosofia. No caso do Espiritismo, a ortodoxia significa entender a codificação compilada por Kardec como base única e fundamental para compreensão da Doutrina Espírita e sendo coerente com a metodologia espírita para aquisição e aceitação de novas informações ou conhecimentos. Essa metodologia implica na aplicação do CUEE - Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos (cuja estrutura está designada no Evangelho Segundo o Espiritismo), na aceitação de conclusões científicas acadêmicas inequívocas ou na aplicação de qualquer outro método de aferição de verdade que possua método científico. A função da ortodoxia no meio espírita é, sobretudo, destruir quaisquer resquícios de misticismo e/ou mercantilismo sobre valor doutrinário, trazendo o Espiritismo de volta ao seu caminho, cientifico e filosófico.
57) O que é o Controle Universal Do Ensino dos Espíritos, o C.U.E.E?
Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos vem a ser a mais fundamental metodologia de aferição de informações criadas pelo e para o Espiritismo. Consiste em um procedimento de verificação de veracidade de informações de suposta origem espiritual. Uma informação que contradiga a codificação ou que pretenda ampliar seus conceitos, se for de origem mediúnica, somente teria valor de verdade se for obtida simultaneamente em diversos lugares distintos e por grupos mediúnicos distintos que não se comuniquem. Um único autor que emita uma informação e que não tenha submetido essa informação a este método, não pode ser considerado um autor espírita, tampouco o conteúdo de sua obra pode ser considerado como uma verdade  Espírita. Nenhum autor de “romances espíritas” do século XX e XXI submeteu-se a esse método. O CUEE, nos dizeres da codificação e de Kardec constitui “a única prova séria” a que podemos recorrer. Só pode ser derrogado por uma afirmação de origem científica absolutamente conclusiva. Observam-se no momento diversas tentativas de desvalorizar ou mitigar o CUEE, uma vez que ele, em sendo aplicado, seria capaz de derrogar diversas obras já publicadas de autores famosos e supostamente acima de qualquer suspeita. Sem aplicação do CUEE, nenhuma obra que se diga de origem espiritual pode ser considerada espírita. Em sendo o Espiritismo uma ciência, este é o método científico espírita – a aferição por estatística. Combater ou difamar o CUEE é, por todos os critérios, combater a própria origem do Espiritismo. Revigorá-lo e aplicá-lo, por sua vez, consiste em adequada demonstração de seriedade e de busca honesta pela verdade dos fatos.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O evangelho segundo o espiritismo. Introdução.
58) Como é um funeral espírita?
Não existe funeral espírita. A morte física de alguém que nos foi próximo pode ser homenageada com resignação e preces.
59) O que o Espiritismo diz sobre o uso de maconha, álcool ou qualquer tipo de drogas?
O Espiritismo não alude diretamente ao uso de substâncias capazes de alterar o estado de consciência. O que o Espiritismo nos informa é que o apego às sensações e aos vícios é atraso moral e deve ser combatido pelo próprio indivíduo que se submete às experiências de uso sistemático dessas substâncias. Da mesma forma e, portanto, não é adequado o uso de qualquer substância para supostamente se alcançar de forma mística qualquer tipo de contato com espíritos. O contato espiritual não apenas é natural, como cotidiano a toda e qualquer pessoa encarnada, constituindo prova de ignorância e apelo vicioso o uso de qualquer subterfúgio para se conseguir isso.
60) O que o Espiritismo diz sobre fazer tatuagem?
A doutrina espírita nada nos informa no momento sobre o uso de tatuagem. Porém, nos alerta para o uso inócuo de símbolos, para a vaidade excessiva e para cuidados com o corpo.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 17, item 5.
61) Posso desenvolver ou estudar minha mediunidade?
Para se educar a mediunidade é necessário primordialmente que se estude a codificação e se conheçam todos os mecanismos que regem o fenômeno mediúnico.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns.
62) Existe música e filmes espíritas?
Não é possível existir filmes ou música espírita. Espiritismo é ciência e filosofia e isso não gera nenhum tipo de dramatização ou expressão de arte. Kardec nos alerta que a “música espírita” não existe enquanto conceito e que o que podemos admitir é a música de caráter elevado, capaz de enaltecer os sentimentos mais nobres de uma pessoa. Qualquer música que possua esta qualidade poderia ser considerada uma música de qualidade espírita. Não se torna, porém, um ramo distinto da arte musical. Compor músicas com supostos temas, subtraídos de livros de autores que se alega serem espíritas não constitui vertente própria. Igualmente, um filme, apenas por abordar algo ilustrado pelo Espiritismo, sem abordar o todo, não pode ser considerado espírita. Conhecemos diversas produções de cunho comercial que falam em reencarnação – fato espírita – e nem de longe trazem o todo do conhecimento doutrinário e a lógica encadeada. O Espiritismo é um todo. Não se pode fracionar um todo por necessidades dramáticas e comerciais. Além disso, qualquer filme ou novela que supostamente se diga espírita jamais poderia estar incorrendo em circuitos comerciais, nem auferindo nenhum tipo de lucro ou dividendo para seus produtores ou propagadores. O que se vê atualmente no Brasil é a comercialização dramatúrgica com o nome e apelo espírita, sem o ser.
Para saber mais: KARDEC, Allan: Obras póstumas.
63) Como posso saber se as pessoas que eu conheço foram meus parentes e amigos em vidas passadas?
Essa informação não possui nenhum tipo de importância para o curso de sua vida. Se vier a se tornar importante, você será informado naturalmente por meio da intuição ou sonhos verossímeis e saberá lidar com os fatos mesmo inconscientemente.
64) A mediunidade pode ser confundida com doenças psiquiátricas?
Sim, e o contrário pode estar ocorrendo com mais frequência. É importante que diante de qualquer alteração de comportamento ou sensações, busque-se orientação médica. Com o pretexto de se tratar de um suposto evento mediúnico ou espiritual o indivíduo pode estar mascarando alguma patologia neurológica, psicológica ou psiquiátrica. Sob nenhuma justificativa o leigo deverá considerar-se um médium ostensivo sem antes avaliar sua própria saúde. Algumas patologias possuem sintomas muito semelhantes aos da mediunidade e não vale a pena arriscar a saúde mental ou fisiológica por conta de uma atitude mística e irresponsável.
Para saber mais: KARDEC, Allan: O livro dos médiuns. Cap. XVII, segunda parte, item 221.